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domingo, 25 de março de 2012

Horários das celebrações da Semana Santa no Carmelo Santa Teresinha



Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor
( 1º de Abril)
Missa às 7 horas – Pe. Luciano
Inicio da missa na Porta da Clausura, com a benção dos Ramos e procissão até a Capela.

TRIDUO PASCAL

Quinta feira santa -- Missa da Ceia do Senhor
( dia 05 de abril)
Missa às 17 horas, seguida de Vigília no Locutório Grande – Pe. Fernando

Sexta feira da Paixão do Senhor
( 06 de abril) dia de jejum e abstinência. Adoração à Santa Cruz.
Função Litúrgica às 15 horas – Pe. Luciano
A Igreja concede uma “Indulgência plenária aos que hoje participam piedosamente da veneração da Santa Cruz e beijam devotamente o Santo Lenho (Ench. Indulg.n.17)

Sábado santo – a Vigília pascal é o cume do Ano Litúrgico.
( dia 07 de abril)
Missa às 20 horas – Pe. Frei José Luiz (OAR)

Domingo da Páscoa da Ressurreição do Senhor
( Domingo de Pascoa – 8 de abril)
Missa às 8:30 horas – Pe. Marcilio

Obs. Segunda, Terça e quarta feira, a missa é em horário normal, às 6:30hs.

Carmelo Santa Teresinha
Avenida Alberto Craveiro, 1680 - Castelão, Fortaleza - CE, 60860-000
(85) 3295-1067

segunda-feira, 19 de março de 2012

5ª Reunião da Comunidade em 10 de março de 2012

A quinta reunião da comunidade contou com a participação de três visitantes: Anita, Cibele e Regis. No primeiro momento, houve um tempo de meditação sobre a oração ao Espírito Santo e em seguida, a formação sobre os Capítulos 06 a 08 do livro Fundações de santa madre. A identificação e a importância de cada forma de oração foram enfatizadas, como também as da maior oração ensinada por Jesus – a ajuda ao irmão em necessidade. Concluímos com o entendimento de que a Graça é um dom de Deus e não o resultado do esforço ou da emoção humana.

No momento de recreação, tivemos a oportunidade de conhecer um pouco os nossos visitantes.



Nos avisos, o Luciano nos informou sobre os acontecimentos nacionais e locais, em particular sobre o Encontro da OCDS do N-NE e o lazer no dia 31 de março, juntamente com a Comunidade Rainha do Camelo. Na continuidade da formação sobre a Liturgia das Horas, a ordenação e o significado de cada secção foram apresentados pela Ana Stela. Concluímos com nossas orações de vésperas, invocando a proteção de nosso Senhor Jesus, de São José e de santa madre.

sábado, 10 de março de 2012

Novena à São José


Oração preparatória para todos os dias:


Deus e Senhor meu, Uno e Trino, Pai, Filho e Espírito Santo, creio que estou em vossa soberana presença agora, quando pretendo consagrar a São José esta novena.
Adoro-Vos com todo o meu coração, porque sois infinitamente bom e digno de ser amado sobre todas as coisas.
Adoro-Vos com toda a intensidade de que sou capaz, e arrependo-me dos muitos pecados que fiz contra Vossa Divina Majestade.
Quero, nesta novena, aprender as virtudes que, com tanta perfeição, praticou o glorioso Patriarca São José, e alcançar, por sua intercessão, as graças de que tanto preciso. Senhor, quem sou eu para atrever-me a comparecer diante de Vossa presença?
Conheço a deficiência de meus méritos e a multidão de meus pecados, pelos quais não mereço ser ouvido em minhas orações; mas, o que não mereço merece-o o pai nutrício de Jesus; o que não posso ele pode. Venho, portanto, com toda a confiança, implorar a divina clemência, não fiado em minha fraqueza, mas no poder e valimento de São José. Amém.


Primeiro dia


Dou graças à Santíssima Trindade, Santíssimo São José, pelos muitos privilégios, méritos e virtudes com que vos enriqueceu e, principalmente, pelo grande e singularíssimo mérito a poucos concedido, de ter sido santificado no ventre de vossa mãe e confirmado em graça. Que alegria para vosso coração ver-vos livre do pecado, que é a única coisa que desagrada a Deus Filho, que vos chamava de Pai! Que graças destes à Trindade Beatífica por esse tão assinalado privilégio! Eu vos felicito com todo o meu coração, pela inocência incomparável que tivestes desde antes de nascer e pela graça a amizade particular com que o mesmo Deus vos distinguiu.


Por esse privilégio e pela grande alegria que ele vos causou, suplico-vos, ó meu querido pai, que me alcanceis de Deus, um grande ódio ao pecado, grande amor às virtudes e à minha salvação eterna. E como creio que a graça que desejo conseguir nesta novena será benéfica à minha salvação, tenho inteira confiança de que a alcançareis por vossa poderosíssima intercessão; todavia, se minha oração não for bem dirigida, endireitai-a e rogai ao boníssimo Deus por mim. Amém.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Retiro XIII. A Terra Santa: um dom que também é conquista


Dom Henrique
Vimos já: a terra que Israel possuiu foi puro dom de Deus: Terra Prometida, Terra Santa, porque dada gratuitamente pelo Senhor a Israel como presente de amor: “Ele guiou o Seu povo no deserto: pois eterno é Seu amor. Feriu grandes soberanos: pois eterno é Seu amor. Matou reis poderosos: pois eterno é Seu amor. Seon, rei dos amorreus: pois eterno é Seu amor. Og, rei de Basã: pois eterno é Seu amor. Deu como herança o país deles: pois eterno é Seu amor. Como herança a Seu servo, Israel: pois eterno é Seu amor” (Sl 136,16-22).

No entanto - coisas de Deus! - a terra prometida e sempre desejada, a terra que é puro dom, deve ser conquistada! Que mistério: tudo é graça, tudo na vida de Israel e na nossa vida é fruto da providência amorosa de Deus e, no entanto, tudo é tão custoso! Israel terá de conquistar cada palmo daquela terra!

O Livro dos Juízes revela com muita fidelidade a luta do Povo de Deus pela sua terra, a indigência em que viveu até libertar-se, definitivamente, no tempo de Davi. Pense bem, meu Irmão de retiro: Israel entrou na Terra de Canaã lá pelo ano 1200 aC. A conquista não foi fácil nem de uma vez só, como aparece no resumo estilizado do Livro de Josué. Os israelitas inicialmente ocuparam as piores terras, aquelas das montanhas, mais ásperas e inférteis... A conquista foi penosa e muitas vezes o Povo de Deus foi pisado e massacrado pelos pagãos de Canaã. Israel foi oprimido pelos edomitas durante oito anos (cf. Jz 3,7-9), pelos moabitas e amalecitas durante dezoito anos (cf. Jz 3,12-14), pelos cananeus, durante vinte anos (cf. Jz 4,1-3), pelos madianitas durante um longo período (cf. Jz 6, 1ss). O povo teve de lutar por sua liberdade. A terra foi e seria sempre dom e conquista! “Ó Senhor, por que ficais assim tão longe, e no tempo da aflição Vos escondeis, enquanto o pecador se ensoberbece, o pobre sofre e cai no laço do malvado?” (Sl 10,1-2). Como os tempos e os modos de Deus nos ultrapassam! Como Deus é misterioso no Seu agir! Como caminhar com Deus exige que realmente acreditemos, que realmente nos abandonemos nas Suas mãos benditas! Pensando nesses modos do Senhor Deus, São João da Cruz, mestre nos caminhos de Deus, exclama: “O caminho para ir a Ti, ó Deus, é caminho santo, de pureza de fé!” Não esqueçamos nunca: caminhar com Deus é deixar-se moldar pela Sua tremenda pedagogia: Ele Se dá esquivando-Se, Se revela escondendo-Se...

O Povo de Deus deverá aprender a enxergar no seu penoso dia-a-dia a presença do Seu Deus. Não é assim conosco? Não é este o desafio da fé: descobrir o bendito Rosto do Senhor ali, nos acontecimentos, nas pessoas, nos dias ensolarados e nas tardes sombrias? É sempre Ele, o Senhor, que vem vindo, que Se faz presente, que bate à nossa porta! Como diz o poema de Tagore, cheio de saudade e esperança:



Não ouvistes os passos silenciosos?

Ele vem vindo, vem vindo, vem v indo sempre!



A cada momento e a cada estação,

a cada dia e a cada noite,

Ele vem vindo, vem vindo, vem vindo sempre!



Várias cantigas cantei,

em várias disposições de espírito,

mas as suas notas sempre proclamavam:

Ele vem vindo, vem vindo, vem vindo sempre!



Nos dias perfumados de abril luminoso,

pelo caminho do bosque,

Ele vem vindo, vem vindo, vem vindo sempre!



Na sombra chuvosa das noites de junho,

na carruagem trovejante de nuvens,

Ele vem vindo, vem vindo, vem vindo sempre!



De tristeza em tristeza,

são os seus passos que pisam o meu coração!

E é o contato de ouro de seus pés

que faz brilhar a minha alegria...



Pois bem. toda a sua dolorosa e difícil história, Israel a interpretará em função de suas relações com o Senhor: “Os israelitas ofenderam o Senhor e serviram aos baals. Abandonaram o Senhor, Deus de seus pais, que os tirou do Egito e seguiram a outros deuses, dentre os deuses dos povos que os rodeavam. Prostraram-se diante deles, provocando a indignação do Senhor . Abandonaram o Senhor e serviram a Baal e às astartes. A cólera do Senhor se inflamou contra Israel, e Ele os deixou cair em poder de assaltantes; espoliaram-nos e os venderam aos inimigos da redondeza, aos quais já não podiam opor resistência. Em qualquer expedição militar que fizessem, a mão do Senhor estava sobre eles para a desgraça, conforme lhes tinha dito e jurado, de modo que ficavam muito aflitos. Então o Senhor fazia surgir juízes que os libertavam dos assaltantes. Mas nem aos juízes eles escutavam. Ao contrário, prostituíam-se a outros deuses, prostrando-se diante deles. Afastaram-se depressa do caminho seguido pelos pais, que haviam obedecido aos mandamentos do Senhor; eles não agiram assim. Sempre que o Senhor lhes fazia surgir juízes, o Senhor estava com o juiz e os libertava das mãos dos inimigos, enquanto o juiz vivesse; pois o Senhor se compadecia de seus gemidos diante da tirania dos opressores. Quando o juiz morria, tornavam a se perverter pior que seus pais, seguindo a outros deuses, servindo-os e prostrando-se diante deles. Não se desviavam de suas práticas nem de sua conduta obstinada” (Jz 2,11-19).

Eis! Como nos tempos do deserto, a história de Israel será uma seqüência de infidelidades, frustrações, arrependimentos e experiência do perdão do Senhor... História de Israel, nossa história: de juras de amor e de esquecimento; de atitudes tão generosas para com o Deus Santo e de tanta infidelidade; de sonhos tão belos e realizações tão pífias! E o Senhor depurando Israel, nos depurando; o Senhor nos provando, como a Israel; o Senhor nos educando, como um pai educa o seu filho...



Para pensar e rezar:

= “Tudo na minha vida é puro dom de Deus; tudo é resposta minha à graça recebida!”

= Senhor, a graça imensa de viver, sem merecer! A graça de crer em Ti e Contigo caminhar! A graça de poder olhar para o céu, de poder contemplar as estrelas e saber que existe Alguém que tem nas Suas mãos benditas os dias da minha vida! Que dom, que graça, que felicidade pode haver maior que esta?

= Não esqueça, ó crente: Nos dias pesados da vida, o Senhor caminha com você, o Senhor está presente na as vida!

= Só na fé podemos compreender, só na fé podemos suportar, só na fé, veremos a luz e não erraremos o caminho!

= Lembre: como para Israel, também para nós: sempre que nos esquecemos do Senhor caímos nas piores escravidões! Somente junto do Senhor, somente na Sua bendita presença somos livres de verdade!

= Peça com humildade: “Que eu possa viver para Te louvar, e Tuas normas venham socorrer-me! Se eu me desviar como ovelha perdida, vem procurar o Teu servo! Sim, eu nunca me esqueço dos teus mandamentos!” (Sl 119,175-176).

terça-feira, 6 de março de 2012

Retiro. XII. A terra sempre prometida



Dom Henrique
Passados quarenta anos, Israel pôde entrar na terra prometida - terra que o Senhor daria gratuitamente a Israel, por puro amor, sem merecimento algum do povo eleito. Aliás, é uma ideia central, primordial de toda a Sagrada Escritura: tudo quanto o Senhor fez e faz pelo Seu povo, pelo antigo e pelo novo Israel, que é a Igreja, tudo quanto o Senhor faz por nós, por mim, por você, é pura graça, puro dom da Sua benignidade: “O Senhor se afeiçoou de vós e vos escolheu, não por serdes mais numerosos que os demais povos – na verdade sois o menor de todos – e sim porque o Senhor vos amou e quis cumprir o juramento que fez a vossos pais. Foi por isso que o Senhor vos libertou com mão poderosa, resgatando-vos do antro de escravidão, das mãos do Faraó, rei do Egito. Saberás, pois, que o Senhor teu Deus é o único Deus, um Deus fiel que guarda a aliança e a misericórdia até mil gerações para aqueles que O amam e observam Seus mandamentos; mas pune diretamente aquele que O odeia, fazendo-o perecer. A um tal, não deixa esperar: Ele lhe retribui o castigo merecido imediatamente. Guarda, pois, os mandamentos, as leis e os decretos que hoje te prescrevo, pondo-os em prática. Se escutares estes preceitos e cuidares de os pôr em prática, o Senhor teu Deus também guardará a aliança e a misericórdia que jurou a teus pais. Ele te amará, te abençoará e te multiplicará. Abençoará o fruto de tuas entranhas e o fruto do solo. O teu trigo, o teu vinho, o teu azeite, as crias de tuas vacas e as crias de tuas ovelhas, na terra que a teus pais jurou dar. Serás mais abençoado do que todos os povos” (Dt 7,7-14).

Esta terra é sinal da benignidade, do amor e da fidelidade do Senhor, é como um constante presente que o Senhor Deus faz ao Seu povo querido: “O Senhor teu Deus vai introduzir-te numa terra boa, terra com torrentes, fontes e lençóis d’água subterrâneos que brotam nos vales e nos montes; terra de trigo, cevada, vinhas, figueiras e romãzeiras; terra de oliveiras, de azeite e mel; terra onde comerás o pão em abundância, onde não te faltará nada; terra cujas pedras são de ferro e de cujas montanhas extrairás o cobre. Comerás e te fartarás, bendizendo o Senhor , pela boa terra que te deu” (Dt 8,7-10).

A Terra Santa é de Deus de um modo especialíssimo. Por isso mesmo é chamada “Terra Santa”. Se Israel possui este chão é somente porque o Senhor o deu e lhe permite aí residir como sinal do Seu amor. Israel nunca poderá dizer “Esta terra é minha!” Esta terra, esta promessa, é puro dom, puro favor, pura graça! Mas, será sempre uma terra prometida, pois Israel jamais poderá apossar-se do dom, jamais poderá “passar a escritura” da terra: ela pertence sempre ao Senhor e viver nela dependerá sempre da fidelidade de Israel.

Para entrar na terra, Israel teve primeiro que se purificar pelo despojamento na solidão do deserto (cf. Dt 32,10). Israel, o povo escolhido dentre todos os povos, não poderá ter outro Deus que não o Senhor. É ele quem dá a terra, que Israel somente poderá manter se for fiel ao seu Deus: “Guarda-te bem de esquecer o Senhor teu Deus, deixando de observar os mandamentos, os decretos e as leis que hoje te prescrevo. Não suceda que, depois de teres comido à saciedade, de teres construído e morado em belas casas, e depois que se tiverem multiplicado os bois, as ovelhas e aumentado a prata, o ouro e todos os bens, então o orgulho suba-te à cabeça e esqueças o Senhor teu Deus, que te libertou do Egito, do antro de escravidão. Ele, que te conduziu através do deserto grande e terrível, cheio de serpentes venenosas e escorpiões, de terra árida e sem água, fez brotar água de rocha duríssima e te deu para comer no deserto o maná que teus pais não conheciam, a fim de te humilhar e provar, visando a teu bem futuro. Talvez venhas a pensar contigo mesmo: ‘Foi minha força e o poder de minha mão que me fizeram prosperar tanto’. Mas lembra-te que é o Senhor teu Deus que te dá poder para prosperares, cumprindo a aliança que jurou a teus pais, como o faz hoje. Mas se te esqueceres do Senhor e seguires outros deuses, servindo-os, e te prostrares diante deles, eu vos garanto hoje que com toda certeza perecereis. Tal como as nações que o Senhor fez perecer diante de vós, assim também vós perecereis por não haverdes escutado a voz do Senhor vosso Deus” (Dt 8,11-20). “As terras não se venderão a título definitivo, porque a terra é minha e vós sois estrangeiros e meus agregados” (Lv 25,23). “Eis que hoje ponho diante de ti a vida e a felicidade, a morte e a desgraça. Se obedeceres aos mandamentos do Senhor teu Deus, que hoje te imponho, amando ao Senhor teu Deus, seguindo seus caminhos e guardando seus mandamentos, suas leis e seus decretos, viverás e te multiplicarás e o Senhor teu Deus te abençoará na terra em que vais entrar para possuí-la. Mas se o teu coração se desviar e não escutares, se te deixares arrastar para adorar e prestar culto a outros deuses, 18 eu vos declaro hoje que certamente perecereis. Não vivereis muito tempo sobre a terra, a cuja conquista ides, ao passar o Jordão. Cito hoje o céu e a terra como testemunhas contra vós, de que vos propus a vida e a morte, a bênção e a maldição. Escolhe a vida para que vivas com tua descendência, amando ao Senhor teu Deus, escutando sua voz e apegando-te a ele. Pois isto significa vida para ti e tua permanência estável sobre a terra que o Senhor jurou dar a teus pais, Abraão, Isaac e Jacó” (Dt 30,15-20).



Para pensar e rezar:

= Na relação nossa com Deus tudo é graça. Nunca poderemos dizer ao Senhor: “Eu mereço isto; tal coisa, tal dom me pertence!” Nunca poderemos tomar possa da graça de Deus!

= Pense em tantos dons espirituais, materiais, psicológicos Deus lhe fez... São dons e devem ser acolhidos com gratidão, caso contrário perdem o sentido...

= Nesta perspectiva é totalmente equivocado pensar em temas como “direito” de alguém ser padre ou ocupar quaisquer outras funções na Igreja. Tudo é graça!

= Deus não tinha motivo algum para amar Israel, a não ser Sua escolha totalmente gratuita e desinteressada. O mesmo vale para o amor do Senhor por você: Ele o ama porque ama, não porque você merece...

= Eis o perigo para Israel e para nós: tomar posse do dom e esquecer o Doador. Então o dom perde o sentido e deverá ser tomado de volta! Não esqueças o Senhor teu Deus que te deu a vida e o que és! Caso contrário, teus dons e tu mesmo tornar-se-ão uma caricatura sem sentido!

= Se viveres na presença do teu Senhor, viverás; se viveres como se a vida fosse tua, morrerás! Não há meio termo! Vive na presença do teu Deus para que vivas!

segunda-feira, 5 de março de 2012

Retiro. XI. Tempos e modos de Deus


Dom Henrique
Não muito tempo depois de deixar o Egito, Israel chegou próximo à terra que o Senhor Deus havia prometido a Abraão e aos seus descendentes: a Terra de Canaã. Do deserto de Farã saiu uma patrulha para explorar a Terra Prometida e tão desejada: era magnífica, mas não seria fácil conquistá-la: havia cidades com altas muralhas, havia povos bem armados, havia gente de grande estatura... Israel só com as suas forças não poderia fazê-lo nunca! Mais uma vez, os israelitas não pensaram no socorro amoroso de Deus; esqueceram a fidelidade do Senhor, deixaram para lá tudo quanto tinham visto Deus fazer em seu favor... É sempre o mesmo dilema, de Israel e nosso: ver as coisas com o olhar de Deus ou vê-las com o nosso próprio olhar. Israel é incapaz de olhar com os olhos do Senhor; não sabe que a realidade verdadeira não é a que vemos, mas aquela que o Senhor vê. Só quando vemos como Deus vemos realmente as coisas, as pessoas e as situações como elas são! É na luz do Senhor que contemplamos de verdade a luz!

A comunidade, por falta de fé, negou-se a prosseguir e murmurou contra o Senhor. Israel, agora, não murmura somente contra Moisés e Aarão; a murmuração não é mais disfarçada: agora é diretamente contra Deus: Por que nos tirou do Egito? Por que não nos deixou na cômoda e segura escravidão? A medida de Deus é diferente daquela de Israel e Israel não aceita a medida do Senhor nem a ela deseja se adequar!

Então, o Senhor Deus puniu Israel duramente: “Toda a comunidade se sublevou e começou a gritar, e o povo passou a noite se lamentando. Todos os israelitas murmuravam contra Moisés e Aarão, e a comunidade em peso lhes dizia: ‘Antes tivéssemos morrido no Egito, ou ao menos tivéssemos perecido neste deserto. Por que o Senhor nos leva para essa terra? A fim de tombarmos pela espada, e para que as mulheres e os filhos sejam reduzidos ao cativeiro? Não seria melhor voltarmos para o Egito?’ E diziam uns aos outros: ‘Providenciemos um chefe e voltemos para o Egito’. Então Moisés e Aarão caíram com o rosto em terra perante toda a comunidade israelita reunida. Josué filho de Nun e Caleb filho de Jefoné, que eram, dos exploradores, indignados, rasgaram as vestes, e disseram a toda a comunidade dos israelitas: ‘O país que percorremos e exploramos é uma terra excelente. Se o Senhor nos quer bem, nos introduzirá e nos dará essa terra, uma terra onde corre leite e mel. De modo algum deveis revoltar-vos contra o Senhor , nem temer a população do país, pois serão presa fácil para nós. Os deuses os deixaram desprotegidos, ao passo que o Senhor está conosco. Não os temais!’ Toda a comunidade ameaçava apedrejá-los, mas a glória do Senhor apareceu na tenda de reunião a todos os israelitas. E o Senhor disse a Moisés: ‘Até quando me desprezará este povo? Até quando se recusará a crer em mim, apesar de todos os sinais que fiz no meio deles? Disse-lhe então o Senhor: ‘Eu lhes perdôo conforme me pedes. No entanto, juro por minha vida e pela glória do Senhor que enche toda a terra: nenhum dos homens que viram Minha glória e os sinais que fiz no Egito e no deserto, e que já por dez vezes Me tentaram e desobedeceram, verá a terra que prometi a seus pais. Não a verá nenhum dos que Me desprezaram’” (Nm 14,1-11.20-23).

Revolta tremenda de Israel! É o mesmo povo que deseja sempre controlar seu destino à revelia de Deus: primeiro, fizera um bezerro que o guiasse; agora deseja expulsar Moisés e escolher um líder por sua conta; um líder que conduz de volta à cômoda e medíocre vida de escravidão no Egito! Ante tanta dureza, as palavras do Senhor são duríssimas: aquela geração de Israel, que viu tantos sinais e continuou dura e incrédula, não entrará na Terra Prometida. Já que seu coração é árido e deserto, na aridez e no deserto permanecerá até que toda ela desapareça! Dura lição: a misericórdia do senhor é infinita, mas não se pode fazer pouco caso Dele!

O povo, ainda assim, teima em fazer as coisas do seu modo. Agora insiste em entrar na Terra de Canaã, ainda que contra a vontade de Deus! Mas Deus nunca se dobra aos nossos caprichos, não aceita nossas manhas e piedades fingidas: “Quando Moisés referiu estas palavras aos israelitas, o povo ficou profundamente consternado. Na manhã seguinte levantaram-se dispostos a subir para o cume da montanha, dizendo: ‘Estamos prontos para subir à terra de que o Senhor nos falou; realmente, nós pecamos’. Moisés, porém, disse: ‘Por que transgredis a ordem do Senhor? Isso não terá um resultado feliz. Não subais, pois o Senhor não está no meio de vós. Do contrário sereis derrotados pelo inimigo. Os amalecitas e os cananeus estão lá à espera, e sucumbireis pela espada. Já que voltastes as costas ao Senhor , ele não estará convosco’. Apesar disso teimaram em subir para o cume da montanha. Mas a arca da aliança do Senhor e Moisés não se moveram do meio do acampamento. Os amalecitas e os cananeus que viviam naquela montanha, desceram e derrotaram-nos, destroçando-os até Horma” (Nm 14,39-45).

Eis: Deus nos perdoa os pecados, mas há conseqüências graves que ficam gravadas na nossa história e no nosso coração! A desobediência a Deus nunca é uma brincadeira, nunca pode ser tomada por pouca coisa! O pecado é uma realidade, o pecado nos aparta de Deus, o pecado nos mata! Somente após quarenta anos o povo entrará na Terra da Promessa, no tempo e no modo determinados pelo Senhor...



Para pensar e rezar:

= Como você olha a realidade: a partir de suas medidas ou das medidas de Deus?

= Pense um pouco: Só quando vemos como Deus, vemos realmente as coisas, as pessoas e as situações como elas são! É na luz do Senhor que contemplamos de verdade a luz!

= Como você de comporta ante seus pecados: procura reconhecê-los e confessá-los, com o propósito de emendar-se ou, ao invés, toma tudo isso de modo leviano?

= Lembre: O pecado é uma realidade, o pecado nos aparta de Deus, o pecado nos mata! Tome cuidado: é pecado o que Deus diz que é pecado, não o que você julga ser ou não ser pecado!

= Leia e reze: Sl 136 (135); Dt 8; 1Cor 10,1-13

quinta-feira, 1 de março de 2012

Retiro. VIII. Um povo esquecido e teimoso


Dom Henrique
Partindo de Mara (= amargura), o povo chegou a Elim: ali, esquecendo-se de tudo quanto vira o Senhor realizar em seu favor, esquecendo-se também das provações e da amargura da escravidão, o povo murmurou novamente: “Toda a comunidade dos israelitas pôs-se a murmurar contra Moisés e Aarão no deserto, dizendo-lhes: ‘Quem dera que tivéssemos morrido pela mão do Senhor no Egito, quando nos sentávamos junto às panelas de carne e comíamos pão com fartura! Trouxestes-nos ao deserto para matar de fome toda esta gente!’” (Ex 16,2s).

São os dois pecados fundamentais de Israel no deserto: a murmuração e o esquecimento: aquela é filha deste. Israel esquece facilmente as provas de amor do Senhor e, esquecendo-se já não vê o seu Deus, e tirando o Senhor de sua perspectiva, da sua vida concreta, murmura.

Observemos aqui a dinâmica da murmuração de Israel: primeiro é de uma má vontade impressionante: esquece o quanto sofria no Egito: sua humilhação, sua escravidão, os recém-nascidos jogados no Nilo! Ingrato para com Deus, mal-agradecido, chega a esnobar a obra amorosa do Senhor: era melhor termos morrido no Egito!

Israel sente saudades das míseras panelas de carne – carne de escravidão! – que comia no Egito! E, na sua leviandade, na sua estreiteza de visão, volta-se contra Moisés e Aarão: “Por que nos tirastes do Egito?” Ora, não foram Moisés e Aarão, mas o Senhor que o tirou do Egito!

No entanto, como já foi dito, a murmuração impede de ver com os olhos da fé, de contemplar na perspectiva de Deus! Israel é de memória curta: não é capaz, no momento de crise e escuridão, de recordar os momentos de luz em que Deus esteve ao seu lado!

Portanto, Israel é espiritualmente preguiçoso, medíocre: preferia o comodismo da escravidão ao desafio da liberdade! Este povo não sabia ainda que seus tempos e seus modos não são os tempos e modos do Senhor; tinha a cerviz dura e queria as coisas do seu modo! Por isso chegou a ser extremamente cruel na sua ingratidão! O Senhor, na sua misericordiosa paciência, deu-lhe o maná e, novamente, pôs o povo à prova: “O Senhor disse a Moisés: ‘Vou fazer chover do céu pão para vós. Cada dia o povo deverá sair para recolher a porção diária. Assim vou pô-lo à prova, para ver se anda, ou não, segundo a Minha lei. Mas no sexto dia quando prepararem o que tiverem trazido terão o dobro da coleta diária’” (Ex 16,4s).

Quanto ao maná, sinal do cuidado e do carinho do Senhor Deus para com o Seu povo, só poderia ser recolhido por um dia; é como o pão que o Senhor Jesus nos ensina a pedir: “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje!” Assim, “Moisés lhes disse: ‘Ninguém guarde nada para amanhã” (Ex 16,19). Mas, não tem jeito: Israel é como eu, como você: é teimoso e desconfiado em relação a Deus; não consegue abandonar-se totalmente à providência do Senhor: “Alguns desobedeceram a Moisés e guardaram o maná para o dia seguinte; mas ele bichou e apodreceu!” (Ex 16,20). Não adiante: o que construímos como apego, como muleta, como falsa segurança, bicha, apodrece! Somente no Senhor está a vida perene; somente o Senhor é a rocha da nossa existência! Daí a queixa de Moisés, que é a queixa do Senhor Deus: “Até quando recusareis guardar Meus mandamentos e Minhas leis?” (Ex 16,28) – esta pergunta o Senhor nos faz! Quanto somos também nós teimosos e desconfiados em relação ao Senhor! Até quando?

Para terminar: “O Senhor ordenou que se encha um jarro de maná para guardá-lo, a fim de que as gerações futuras possam ver com que alimento vos sustentei no deserto, quando vos fiz sair da terra do Egito” (Ex 16,32) Eis: o Senhor não quer que Seu povo esqueça Suas obras na vida de seus fieis! Que vendo recordem, recordando creiam e crendo obedeçam e amem o Senhor no presente da vida! Também hoje, o Senhor deixa para a Sua Igreja, novo Israel, o perene maná, sinal máximo do Seu amor e da Sua presença no meio do Povo santo: a Eucaristia, alimento que o próprio Pai no dá como fonte de vida verdadeira, que não estraga e não bicha!



Para pensar e rezar:

= A raiz de todo o pecado é o esquecimento de Deus e de Suas obras em nosso favor. Procure hoje recordar, agradecido, todo o caminho que o Senhor o fez percorrer nesta vida. Recorde quantas vezes o Senhor mostrou sua presença em tantas situações da sua existência! Ele é o deus fidelíssimo; Nele se pode confiar!

= Seu coração é um coração fiel em relação ao Senhor ou, ao invés, é um coração velhaco e esquecido?

= O pecado, por triste que seja, deixa saudades, como as carnes do Egito... É preciso combater as marcas que o pecado deixou em nós. É preciso curar as lembranças, não alimentando a recordação saborosa e gozosa dos pecados cometidos. Lembre-se somente de uma coisa: de Jesus Cristo morto e ressuscitado por você!

= Muitos israelitas procuram fazer provisão e reserva de maná. Não confiam na providência de Deus. E você, confia? Procure responder com fatos e atitudes concretas!

= Lembre: o que construímos como apego, como muleta, como falsa segurança, bicha, apodrece!

= Para viver: procure fazer da Eucaristia perene e feliz memorial do grande dom de amor que o Senhor nos fez: o Seu Filho amado, nossa vida e salvação!

4ª Reunião: 25 de fevereiro de 2012


A quarta reunião da comunidade teve início com a leitura do Evangelho da santa missa, que trata da tentação de nosso Senhor Jesus no deserto da Judéia. Após as explanações de nossa formadora Ana Stela, cada membro teve a oportunidade de compartilhar seu entendimento.
A formação sobre os Capítulos 04 e 05 do livro Fundações de santa madre foi apresentada por nossa conselheira Ruth. Com uma apresentação fiel ao texto lido, a Ruth enfatizou os aspectos mais relevantes, concluindo com um pensamento que esses capítulos têm muita identidade com a nossa vida de Carmelitas Seculares, quando muito vezes não fazemos as orações que desejamos, mas algumas pequenas obras que tanto agradam ao nosso Senhor.
No momento de recreação, fizemos uma pequena comemoração aos aniversariantes Luciano e Wallyson.
Nos avisos, nosso presidente Luciano nos informou sobre os acontecimentos nacionais e locais. A fim de ajudar os membros iniciantes e em formação, Ana Stela fez uma curta apresentação, mas de muita ajuda, sobre a Liturgia das Horas. Concluímos com nossas orações de vésperas, invocando a proteção de nosso Senhor Jesus, de Nossa Senhora do Monte Carmelo e de São José.